sexta-feira, 23 de maio de 2014

Fortaleza de Santa Catarina - Projeto

Brasão Real em alto-relêvo nos canhões da Fortaleza de Santa Catarina - Cabedelo - Brasil ©Guy Joseph
Desde o início de sua fundação, a Fortaleza de Santa Catarina, construção do século XVI, sofreu o descaso dos governantes, que ora a deixavam com pequeno número de defensores, tornando-a alvo fácil de ataques, ora a abandonavam completamente, segundo relato do historiador Benedito Calixto. Tombada como patrimônio histórico, desde 1938, a fortaleza passou várias décadas abandonada, em ruínas.
O fascínio e interesse pela Fortaleza de Santa Catarina vem desde a minha infância, quando a visitei pela primeira vez em 1955. Eu tinha oito anos de idade e a Fortaleza, já se encontrava tombada como monumento histórico, completamente abandonada, em ruínas, sofrendo a ação do tempo, dos vândalos e dos ladrões, que chegaram a levar até alguns canhões. Na minha tentativa de conhecer melhor a sua história, pouco havia sido escrito, obrigando a minha imaginação a completar os fatos e ações que poderiam ter acontecido durante a existência da secular edificação.

Só podemos amar o que conhecemos e acredito que a preservação da nossa memória passa pela atenção que possamos dar aos nossos bens culturais, assim como o uso e ocupação adequados, proporcionando o conhecimento da história e dos significados dos símbolos que fazem parte da nossa formação política, econômica e social.
Estou convencido e acredito mesmo, que, publicar um ensaio fotográfico sobre a Fortaleza de Santa Catarina, em mídia impressa, produzir um filme curta metragem em vídeo e realizar uma exposição fotográfica com imagens da Fortaleza, poderá ser a minha contribuição para a difusão de sua rica história, despertando o interesse e mobilizando as pessoas para a sua preservação, ocupação e o uso inteligente de um bem cultural que tem muito que contar sobre a nossa história.
Restaurada, a Fortaleza de Santa Catarina se encontra sob a administração da Fundação Fortaleza de Santa Catarina desde 1995, aberta à visitação pública.
Estamos em fase de produção para realizar um filme curta metragem, com duração de 15 minutos, tendo como tema a Fortaleza e dando prioridade a qualidade e beleza plástica da fotografia em tomadas de grande impacto visual. O fime deverá ser duplicado em DVD com tiragem de 1.000 cópias e exibido em sessão avant-premier. Antes da sessão de exibição do vídeo, o público será convidado a visitar a minha exposição fotográfica, contendo sessenta fotos, com o mesmo tema da histórica Fortaleza. O evento terá lugar nas seculares dependências da Fortaleza, que dispõe de estrutura física, para abrigar o lançamento e receber os convidados.


terça-feira, 20 de maio de 2014

Fernando Teixeira - Esparrela


Fernando Teixeira, em 2009, apresenta o monólogo Esparrela em Bananeiras-PB.



O Grupo de Teatro Bigorna comemora seus mais de 40 anos de atividade teatral na Paraíba, apresentando o monólogo Esparrela, com texto, direção e atuação de Fernando Teixeira.
A estréia da peça em maio de 2009 também marcou a inauguração da sala preta do grupo Bigorna, localizada no antigo Cilaio Ribeiro (Centro Cultural do Terceiro Setor Thomas Mindelo), na praça Aristides Lobo, s/n, no Centro de João Pessoa.
Desde sua estréia, Esparrela tem conquistado o púplico e a crítica especializada por onde passa. Foi convidado para participar da etapa Paraíba do Festival Palco Giratório 2009, em setembro deste ano, em Campina Grande. Em outubro foi um dos convidados do Festival Aldeia Sesc - Uma Ação do Palco Giratório, em João Pessoa. Em novembro o espetáculo realiza três apresentações como convidado da Mostra SESC Cariri de Artes.
Paralelamente, o monólogo de Fernando Teixeira circulou pela Paraíba até o mês de dezembro. A circulação é através de projeto contemplado no Programa BNB de Cultura, que conta ainda com o espetáculo infantil "Volver e Fazer", dirigido por Fernando Teixeira.

* “Em sua Esparrela, Fernando Teixeira nos propõe um exercício de perceptivo calcado na imaginação. Nesse jogo, sabemos o tempo todo que está diante de nós o ator, desnudado de recursos e basicamente com seu corpo como instrumento de trabalho. Temos a plena noção de que a realidade concreta não se põe mais do que tablado, um tambor, e um ator, mas nesse espírito imaginativo apraz-se de tal maneira que, por vários momentos, os olho e os ouvidos insistem em convencer-nos de uma nova realidade, impondo-nos uma dúvida: será um homem isto que se coloca diante de nós?”,

*Por José Tonezzi – Professor Doutor do Departamento de Artes Cênicas da UFPB.

domingo, 18 de maio de 2014

Frutuoso Chaves

Entrevista


Publicado por Tião Lucena em 15/12/2011 no Blog do Tião Lucena


"O jornalismo atual perdeu a compostura"

Entrevista com Frutuoso Chaves

Ele foi o mestre de uma geração de jornalistas. Não que seja velho, passado nos anos, isso não. É que começou cedo, ainda menino, forçado pelas circunstâncias e necessidades de garoto vindo do interior, como, aliás, foram todos os outros que por suas mãos passaram. Costumo dizer que se não fosse Frutuoso Chaves, eu não seria esse arremedo de jornalista que vos fala. Trago-o hoje a este espaço com o orgulho do aluno que reencontrou o professor, com a honra desmedida do pupilo grato ao mestre que, com carinho, respeito e em certas horas muito rigor, o encaminhou nesta selva de pedra chamada imprensa.

1 - Você foi mestre de uma geração de jornalistas, na qual me incluo, juntamente com Chico Pinto, Edmilson Lucena e Wellington Farias. O que isso representou para o jornalista Frutuoso Chaves?

Frutuoso - Caro Tião. Éramos um grupo de jovens a aprender uns com os outros. Um pouco mais adentrado nos anos, eu me valia do fato de haver tido no jornal meu primeiro emprego. Não no jornalismo, porque, ainda novo, a velha A União me recebia como contínuo. De todo modo, foram portas que se abriram para minha convivência diária com profissionais do porte de um Biu Ramos, um Gonzaga Rodrigues, um Barreto Neto, um Marcone Cabral. Você imagina a força de atração exercida sobre um aluno do Liceu por um grupo de que também participavam figuras da expressão de um Linduarte Noronha, ou um Paulo Pontes? Pois é, companheiro. Não tive como escapar.
Naqueles idos de 1966, por aí assim, eu aprendi os sinais de Revisão e me livrei do espanador. Na Redação capitaneada por José Souto (transcorria o Governo de João Agripino), virei tradutor de telegrama.
A tarefa consistia em dar forma jornalística aos despachos que nos chegavam, em linguagem telegráfica, das agências de notícias. Devo a isso a intuição de técnicas de codificação do jornalismo que, anos depois, me permitiriam produzir textos finais para redações do Rio e São Paulo. O acaso também me fez, ainda muito jovem, editorialista do jornal do Governo sob a batuta do mesmo Souto. Eu havia escrito algo sobre o centenário do Barão de Munchausen, o escritor que encantava sucessivas gerações de leitores, no mundo inteiro. Mostrei o texto a Marcos Tenório, o secretário de redação, que resolveu publicá-lo no espaço reservado aos editoriais de A União. Na manhã seguinte, Souto me chamava ao gabinete e me delegava o espaço. Função nova, mas
salário velho, aquele de office-boy.
No governo de Ivan Bichara, com Souto no comando do Jornal, fui feito Chefe de Reportagem. Tenho as melhores recordações dessa fase da minha vida profissional. Aguinaldo Almeida na Editoria e eu, a conviver com vocês todos, em sala no centro da cidade, a uns 15 quilômetros da sede d’A União, que já então funcionava no Distrito Industrial. Procurava, ali, repassar a vocês o pouco que havia aprendido em uma profissão na qual o aprendizado não deixa de ser diário e constante, quando se deseja ser correto e honesto. Pouca coisa me comoveu tanto quanto um comentário recente de Aldo Lopes (que me conheceu no comando d’O Norte) escrito debaixo de uma foto que registrava minha presença no lançamento do teu último livro, Tião. Escreveu Aldo, referindo-se a mim: “Com ele aprendi a ter vergonha”. Espero, com todas as forças,
que este tenha sido meu maior legado a vocês.

2 - Naqueles idos o repórter secava a canela para pegar uma matéria. Hoje a coisa está mais fácil. O jornalismo perdeu o romantismo?

Frutuoso – Perdeu mais do que isso. Perdeu a compostura, ressalvada uma ou outra exceção. O telefone celular, a internet, o gravador digital quase imperceptível (lembras daquelas geringonças pesadas, de fitas cassete?), milagres tecnológicos a serviço da informação, não têm servido, infelizmente, ao bom jornalismo. Nunca as redações
grandes e pequenas estiveram tão partidarizadas. Estabeleceu-se o espírito de manada, uma ética seletiva que expõe os podres dos inimigos, enquanto esconde os dos amigos. Quer um exemplo? A grande mídia, pródiga em denúncias contra qualquer governo de origem trabalhista (desde Getúlio Vargas), faz vista grossa para o que talvez seja o maior escândalo político da nossa história republicana: aquele de que trata o livro do jornalista Amaury Ribeiro, um sucesso editorial estrondoso (30 mil exemplares vendidos em 48 horas). Só sabe disso quem busca o tema na blogosfera, via Observatório da Imprensa, Luis Nassif, Paulo Henrique Amorim, Rodrigo Vianna e similares. A mesma partidarização toma conta das redações menores, inclusive na Paraíba. Aqui, você conhece as preferências de empresas e jornalistas depois da leitura do lead.

3 - Parece que, de todos aqueles gigantes de 75, você é o único que continua vivendo somente do jornalismo. Isso é fácil ou difícil?

Frutuoso – Não posso dizer que esteja vivendo do jornalismo. Vivo, essencialmente, da assessoria de imprensa do Tribunal de Contas. Este, aliás, é o terceiro Tribunal que eu assessoro, desde que deixei a Sucursal que o Jornal do Comercio me entregou, aqui, em João Pessoa. Antes disso, você lembra, fui repórter d’O Globo, por dez anos, vinculado à Sucursal do Recife. O Globo me pagava mais do que O Norte o fazia para dirigi-lo. E note que, na época, éramos a maior e mais importante Redação da Paraíba, A propósito, o aviltamento salarial praticado nessas plagas é o que tem empurrado muita gente nova para descaminhos profissionais. Não estou falando das assessorias políticas éticas e honestas. Pessoalmente, eu as tenho evitado por não desejar os estigmas. Mas não as condeno, quando declaradas e bem intencionadas. Sempre levando em conta, porém, que assessor produz informação. Não aluga a pena.

4 - A nossa imprensa hoje é mais livre do que aquela dos tempos em que começamos?

Frutuoso – Eu deveria ter feito a leitura completa de teu questionário. Ao invés disso, passei a responder aquilo que fui lendo. Mas vale a repetição: Ontem e hoje, a liberdade da imprensa é a liberdade do dono do jornal, da revista, da emissora de rádio ou TV. Mas a coisa já foi melhor. O pessoal de redação parece haver perdido de vez a coragem para contestar e contrapor, em benefício, sobretudo, da imagem da Casa. Conta-se que Roberto Marinho comentou, certa vez, a respeito de Boni: “Ele pensa que isso aqui é uma fábrica de sonhos. Não é. É de negócios”. Mas permitia que Boni empregasse comunista de carteirinha como Dias Gomes, cujo talento utilizou na criação do famoso padrão Globo de qualidade.

5 - Como você vê o comportamento dos órgãos de comunicação no trato das coisas do Governo?

Frutuoso – No plano nacional, você tem a mídia atrelada aos interesses de São Paulo. O coronelismo político tão criticado no Nordeste mudou-se de mala e cuia para as grandes empresas de jornalismo do País. As cinco famílias detentoras dos meios de comunicação mais dominantes teimam em fazer a pauta política nacional. Não se apercebem de que andam a perder público e eleições.

6 - Faça o perfil do jornalismo daqueles dias e o de hoje.

Frutuoso – Vamos falar do jornalismo da Província. As relações estão mais claras, hoje em dia. Você sabe, mais facilmente, quem está com quem. Os humores já não dependem tanto do aporte de anúncios do governo, porque há situações irreconciliáveis. Quem hoje passa a pão e água, entende que a dificuldade é passageira, torce pela volta do amigo ao Poder e a vida continua.

7 - Quem é Frutuoso Chaves? Como começou na imprensa? Em quem se inspirou para virar jornalista?

Frutuoso – Sou um operário da notícia sem muitos méritos e com dificuldade, agora mesmo, de conseguir a foto que você me pede para ilustrar, vamos dizer assim, essa entrevista. Acho que optei pelo jornalismo aos onze anos de idade, ainda sem muita consciência disso. Tinha saído de Pilar a fim de estudar no Recife. Os tios, com os quais
vivia, costumavam comprar a revista O Cruzeiro. Pois bem, folheando um desses exemplares, surpreendi-me com fotografias de Pilar, algumas em meia página. A saudade de casa apertou e fui ler o texto. O repórter, de quem não guardei o nome, tratava do mundo de José Lins do Rego. Reconheci pessoas e paisagens de cuja importância histórica e cultural somente então eu me dava conta. A descrição daquilo tudo me encantou. “Quando crescer, vou escrever para jornal”, pensei com os meus botões. Ô boca de praga.

8 - O nosso Brasil petista está bem, ou não melhorou?

Frutuoso – Numas coisas, sim. Noutras, continua na mesma. Nosso progresso social e econômico é indiscutível. Temos uma diplomacia que não mais tira o sapato em alfândegas americanas a mando do guarda e passamos a fazer parte do concerto das grandes Nações, com direito a voz e a voto. Elegemos à Presidência um sujeito feito em chão de fábrica, num momento em que o mundo, e não apenas o Brasil, parece
desencantado com expressões da velha escola política. Observe a eleição de um negro nos Estados Unidos e de um índio na Bolívia, sem falar da tentativa polonesa, aquela do Lech Walesa, que terminou em fiasco. Tudo isso parece um propósito universal de mudança. Outra novidade é uma mulher na Presidência do Brasil, por obra e graça do
antecessor, a cujo governo ela dá sequência. Mas nem tudo são flores. Ainda não reduzimos a contento os nichos da miséria nacional, nem superamos os males da corrupção, aqueles que a mídia tradicional alardeia, enquanto varre para baixo do tapete a sujeira dos amigos.

9 - Lembro que, quando o tinha como professor, o repórter tinha uma dificuldade danada para assinar matéria. Hoje todo fofa-bosta assina o nome em jornal. A imprensa vulgarizou-se?

Frutuoso – Há o nivelamento por baixo. O crédito de matérias banais parece uma forma de compensação a salários vergonhosos. A ordem é contratar mais com menos. Isso é processo iniciado na era do computador, instrumento que, no frigir dos ovos, serviu para a demissão de digitadores, revisores, emendadores e, mesmo redatores. Copidesque, hoje em dia, é como dinossauro. A meninada sabe que existiu, mas nem todos acreditam.

10 - Se você fosse escolher os dez nomes mais importantes da nossa imprensa, quais seriam os escolhidos?

Frutuoso – Você é doido? Vou arranjar briga com uns 90 amigos.

11 - A última questão, como de praxe, é livre, para o amigo colocar o texto que lhe vier na telha.

Frutuoso – Sei do enorme público do teu blog. Vou aproveitá-lo, portanto, para uma sugestão aos mais novos. Vocês querem penetrar nos bastidores do Brasil, de modo mais profundo e plural? Busquem, na internet, com jornalistas sérios, as informações que a mídia tradicional e seus colunistas escondem por conveniência própria, ou dos patrocinadores. Vocês vão se surpreender com o que não está nas manchetes. O livro de Amaury Ribeiro, por exemplo, fala (e dá nome aos bois) de um esquema de propina calculado, por baixo, em R$ 30 bilhões, o que torna bem suspeito o silêncio da mídia, da grande e da pequena, que vem a reboque das agências de notícias. É um silêncio que diz
muito da posição e dos interesses de uma imprensa que atiça CPI até para investigar gasto com tapioca. Quem não lembra?


sábado, 10 de maio de 2014

Saudades de João Pessoa



Por Petrônio Souto*


Caminho pelas ruas de João Pessoa como um índio na Avenida Paulista. Esse é o mal dos nascidos e criados na cidade. Qualquer mudança, alguma fachada em ruínas, um contemporâneo que morre, um galho de árvore que tomba, tudo nos diz respeito.
Outro dia, fiquei de baixo astral ao acompanhar a derrubada de uma caramboleira, em Tambiá. Ela fora a sombra gostosa do encontro com a primeira namorada. A velha casa transformada em clínica e a caramboleira retirada para o estacionamento. Perdi o dia.
Por que uma cidade bela e agradável se deteriorou da forma como João Pessoa se deteriorou, em pouquíssimas décadas? Penso que ocorreu com João Pessoa o mesmo que ocorreu com todas as capitais brasileiras. A “inchação” criou vasta periferia, sem infraestrutura, mas muito povoada. Em pouco tempo, a periferia passou a ter mais importância política, elege e derrota quem quer.
Como o grosso do eleitorado mora na periferia, as autoridades, por várias décadas, viraram as costas para o núcleo original da cidade. Esvaziado, sem voz e sem voto, sem poder político para nada, o centro foi sendo passado para trás.
Como diz a cronista Clotilde Tavares, “é difícil devolver ao centro da cidade a sua alma, o seu clima, a sua atmosfera, o seu charme...”. Não é exagero dizer que João Pessoa foi agradável até 1964. Depois vieram os conjuntos habitacionais. Com os conjuntos, surgiu outra cidade.
João Pessoa de hoje é assim: asfalto, cobrindo as pedras portuguesas de tantas caminhadas e os trilhos dos passeios de bonde nas tardes de domingo; o esguio poste ornamental de ferro, substituído pelo monstrengo de concreto que toma a calçada; o arranha-céu modernoso que se ergue no lugar do casarão dos amigos; as janelas, apodrecidas e sempre fechadas das varandas que foram flertes em dia de festa; a cidade-verde da propaganda oficial sem o mínimo apreço pelas suas árvores, rios, mangues, praias e lagoas; calçadas que não permitem a caminhada sem tombos, barulho de enlouquecer e a crescente privatização do passeio público.
Danado é que a crônica da destruição se dá em nome da modernidade... Modernidade jurássica, cujo motor é a trindade miséria, ignorância e corrupção.

*Petrônio Souto é jornalista.

sábado, 3 de maio de 2014

Walter Carvalho - Cineasta

Walter Carvalho com o fotógrafo Guy Joseph - Captação digital - câmera com 1 megapixel

Walter Carvalho durante o Cineport de 2007                                         ©Guy Joseph/2007
Walter Carvalho e Silva nasceu em João Pessoa - PB, em 14 de abril de 1947. Iniciou-se no cinema por influência do seu irmão, o documentarista Vladimir Carvalho, nos anos 1960. Sua primeira experiência no cinema é como assistente de câmera de Rucker Vieira no documentário curta metragem Os Homens do Caranguejo – ou a Propósito do Livramento, em 1968. No mesmo ano muda-se para o Rio de Janeiro para fazer a ESDI - Escola Superior de Desenho Industrial. Sua estreia como fotógrafo cinematográfico acontece em 1972 no curta Incelência para um Trem de Ferro, direção do irmão Vladimir Carvalho. Chega ao longa em 1977, no filme Que País é Este?, de Leon Hirszman. A partir dos anos 1980, torna-se um dos fotógrafos mais requisitados do cinema brasileiro, assinando filmes importantes como Terra para Rose (1988), Terra Estrangeira (1996), Central do Brasil (1997), Abril Despedaçado (2001), Veneno da Madrugada (2004), Chega de Saudade (2007). Pelo seu trabalho de fotografia no curta Passadouro, em 1999, recebe diversos prêmios nacionais e internacionais de melhor fotografia. Trabalha com destaque também na televisão, nas minisséries A Máfia no Brasil (1984) e Agosto (1993), e na novela O Rei do Gado (1996), sob a direção de Luiz Fernando Carvalho. Entre os mais de 40 prêmios que já recebeu, destacam-se os troféus em festivais internacionais voltados para fotografia, como o Camera Image, na Polônia, com o Golden Frog por Central do Brasil (1997), o Festival da Macedônia, com a Câmera de Prata por Terra Estrangeira (1996) e duas Câmeras de Ouro, por Central do Brasil (1997) e Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho. Por este filme recebe ainda os troféus de melhor fotografia nos festivais de Cartagena e Havana, o prêmio da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC) e o Grande Prêmio BR do Cinema Brasileiro. Paralelamente a carreira de fotógrafo, estreia na direção em 1978 no curta MAM- SOS. Chega ao longa em 2001 com Janela na Alma, codireção e João Jardim, Cazuza – o Tempo Não Pára (2004), codireção de Sandra Werneck e Budapeste (2009). É um dos mais importantes fotógrafos brasileiros. 
Filmografia: 1972- Incelência para Um Trem de Ferro (Curta Metragem); Velho Chico, Santo Rio (Média Metragem); 1973- A Gaiola de Ouro (Custa Metragem); 1975- Anatomia do Espectador (Curta Metragem); Quilombo (Curta Metragem); Viola Chinesa – Meu Encontro com o Cinema Brasileiro (Curta Metragem); 1976- Abre-te Sésamo (Curta Metragem); 1977- Brinquedo Popular do Nordeste (Curta Metragem); Jorjamado no Cinema (Curta Metragem); Memória Goitacá (Curta Metragem); Pankararu no Brejo dos Padres (Curta Metragem); 1977/81- Que País É Este? (Brasil, da Nação, do Povo) (Inchiesta Sulla Cultura Latino-Americana: Brasile) (Brasil/Itália); 1978- Boi dos Reis (Curta Metragem); Dia de Erê (cofotografia/ Ronaldo Forster); Nelson Pereira dos Santos Saúda o Povo e Pede Passagem (cofotografia/Hélio Silva, Sérgio Lins Vertis, Paulo Jorge de Souza e José A.Mauro); Substantivo (Curta Metragem); 1979- Cinema Brasileiro e Sua Comercialização (Curta Metragem); MAM - S.O.S. (Curta Metragem) (diretor de fotografia.); Waldyr Onofre (Curta Metragem); 1980- Boi de Prata; Cinema e Futebol (Curta Metragem); A Construção do Som (Curta Metragem); O Pulo do Gato; Tempo Quente (cofotofografia/ Douglas Lynch); 1981- Cinema: Embaixador do Brasil (Curta Metragem); (cofotografado por Tuker Marçal e Chico Drummond); Cinema, Infância e Juventude (Curta Metragem); Em Cima da Terra, Embaixo do Céu (Curta Metragem); O Homem de Areia; Jubileu (Curta Metragem); Missa do Galo (cofotografia/ Hélio Silva); 1982- Só no Carnaval (Curta Metragem); 1983- Cinema Paraibano – Vinte Anos (Curta Metragem); A Difícil Viagem; 1984- O Príncipe de Fogo (Curta Metragem); 1985- Brasília, Uma Sinfonia (Curta Metragem) (cofotografia/ Fernando Duarte e César Moraes); Duas Vezes Mulher (Curta Metragem) (cofot. Edgar Moura); Igreja da Libertação (MM); Pedro Mico; A Rocinha Tem Histórias (CM); 1986- Com Licença, Eu Vou à Luta; A Espera, Um Passatempo do Amor (CM); Geléia Geral (CM); 1986/1988- Uma Questão de Terra; 1987- Churrascaria Brasil (CM); Dama da Noite (CM); O Inspetor (CM); João Cândido, Um Almirante Negro (CM); Os Trapalhões no Auto da Compadecida; Terra para Rose (cofot. Fernando Duarte); No Rio Vale Tudo (Si Tu Vas a Rio...Tu Meurs) (França/Brasil); 1987/1990- Césio 137- O Pesadelo de Goiânia; Círculo de Fogo; 1989- Brasília, a Última Utopia (episódio: A Paisagem Natural e A Capital dos Brasis); Que Bom Te Ver Viva; Sonhei Com Você; 1990- O Mistério de Robin Hood; Uma Escola Atrapalhada; Blues; 1990/1992- Conterrâneos Velhos de Guerra (cofot. Alberto Cavalcanti, David Pennington, Fernando Duarte, Jacques Cheuiche, Marcelo Coutinho e Waldir de Pina); 1991- Assim na Tela Como no Céu; Nosso Amigo Radamés Gnatalli (cofot. Fernando Duarte); 1991- O Canto da Terra (MM) (dir., fot.) (codir. e cofot. Paulo Rufino e Marcelo Coutinho); República dos Anjos; Os Trapalhões na Árvore da Juventude; 1992- A Babel da Luz (CM); Calor Corazón (CM); Ecoclip, Planeta Água (CM); 1994- Erotique (episódio brasileiro: Final Call); 1995- Canudos: As Duas Faces da Montanha (CM); Cinema de Lágrimas; Socorro Nobre (CM); Zweig: A Morte em Cena (MM); Todos os Corações do Mundo (Two Billion Hearts) (Brasil/EUA) (cofotografia/ Cesar Charlone, Pedro Farkas, Carlos Pacheco, José Roberto Eliezer e Lúcio Kodato); 1996- Pequeno Dicionário Amoroso; Terra Estrangeira (Brasil/Portugal); 1997- Buena Sorte; O Amor Está no Ar; Central do Brasil; 1999- Adão, ou Somos Todos Filhos da Terra (Curta Metragem); O Primeiro Dia; Texas Hotel (CM); Notícias de Uma Guerra Particular (Média Metragem); 2000- Amores Possíveis; Passadouro (Curta Metragem); Villa-Lobos – Uma Vida de Paixão; 2001- A Canga (Curta Metragem); A Composição do Vazio (Curta Metragem) (cofotografia/ Jacques Cheuiche e Dante Peló); MAM: S.O.S. (Curta Metragem) (direção); Meu Filho Teu (Um Crime Nobre); Lavoura Arcaica; Abril Despedaçado; Janela na Alma (dir., fot.) (codir. João Jardim); 2002- Dercy Beaucoup (CM); Madame Satã; 2003- Amarelo Manga; Carandiru; Glauber o Filme, Labirinto do Brasil (cofotografia/ Fernando Duarte, Américo Vermelho, Erick Rocha, Marcelo Garcia, Philippe Constantine, Stephan Hess e Sil); Lunário Perpétuo (direção); 2004- Entreatos; Cazuza – O Tempo Não Para (direção) (codireção Sandra Werneck); O Veneno da Madrugada; 2005- Crime Delicado; A Máquina; Moacir – Arte Bruta (direção); 2006- Baixio das Bestas; BerlinBall (CurtaMetragem); O Céu de Suely; O Engenho de Zé Lins; 2007- Chega de Saudade; Cleópatra; Edu Lobo – Vento Bravo; Nove de Fevereiro (direção); Santiago; 2008- A Erva do Rato; O Homem que Engarrafava Nuvens; 2009- Budapeste (direção); Sonhos Roubados; 2010- O Início, O Fim e o Meio, Raul Seixas (direção); A Grande Jogada.